Dia das Mães
Mestre Cartola, em versos ingênuos, reconheceu: “mas, que bobagem, as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti, ai… bate outra vez, com esperança, o meu coração”.
Mãe, nada de queixar-me às rosas. Devias ver os meus olhos alegres, ao redirecionar a poesia de Cartola, sonhando os meus sonhos, noutro samba-canção, com muito amor. Tudo com o sufixo de canção: gestação, geração, amamentação, orientação, educação, dedicação, coração… ingredientes que deveriam moldar a matéria-prima de todo ser humano quando fruto do amor “de dois que se duplicaram em um”, segundo a aritmética de Mia Couto.
Numa carta que escreveu ao poeta Fernando Pessoa, que acabara de perder a mãe, Mário da Cunha e Silva se mostra solidário na recordação e na saudade, referindo-se à mãe como “a mais doce e a mais afetuosa afeição da terra”.
Na canção Nossa Senhora, Roberto Carlos lhe pede “me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino, do meu caminho; cuida de mim. Sempre que o meu pranto rolar, ponha sobre mim suas mãos, aumenta minha fé e acalma o meu coração…” Palavras que traduzem, na canção, em prece e na prática, a mais doce e a mais afetuosa afeição da Mãe do Céu.
Aprecio o gesto de um filho, homem feito, com um braço sobre os ombros de sua mãe. A cena não é tão rara assim, felizmente, mas de vez em quando vale a pena parar e contemplar, pois nem sempre a gente presta atenção nas manifestações espontâneas de amor. Cenas corriqueiras como essa é, digamos, pura afeição. Toda pessoa quer ser amada. As mães também…
Dia das Mães é dia de professar nossa fé no significado e no valor da afeição: das mães para os filhos, dos filhos para as mães. Para elas, mais um dia de pôr as mãos sobre eles e, para eles, até para os marmanjos, dia de pôr as mãos sobre os ombros delas. Gesto que faz a gente acreditar, aumenta a fé.
E, então, bate outra vez, com esperança, o coração.
Feliz Dia das Mães!
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com